Por: Baleeiro, Lopes e Gonçalves
É inegável que a sociedade contemporânea passa por momentos de extrema vulnerabilidade psicossocial, uma vez que se torna cada vez mais ascendente o número de casos de depressão no Brasil, bem como outras patologias associadas a ela, como, por exemplo, o alcoolismo.
A priori, cabe ressaltar que a depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como distúrbios do sono e do apetite.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão situa-se entre as principais causas de morte, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados por todas as doenças durante a vida. Ocupa 1º lugar quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). A época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade.
A depressão pode estar ligada ao alcoolismo, a união desses problemas pode ser explicada de duas maneiras, tanto o álcool como problema secundário, como a depressão em segundo plano. Porém na maioria dos casos, a depressão antecede o surgimento da dependência alcoólica.
O jornal Folha de São Paulo trouxe em uma de suas matérias do ano de 2018 informações de que a maioria dos dependentes começam a beber após traumas como divórcio, viuvez e até mesmo aposentadoria, fatores que na linha do tempo se aproximam da terceira idade.
Nesse contexto, a psiquiatra Dra. Ana Cecília Marques afirma que o suicídio envolvendo idosos ocorre na maioria das vezes por conta da depressão e do álcool, considerados um catalisador para esses acontecidos. Além dos altos índices de suicídio, possuem outros fatores que afetam tanto o dependente quanto as pessoas que estão a sua volta, como por exemplo, falta de coordenação, déficit de memória, comportamento desadequado, humor instável, além de problemas mais graves a longo prazo.
Estudo publicado pelo Journal of Consulting And Clinical Phychology ressalta que "álcool e depressão" podem ser vistos como um círculo vicioso, o que torna ainda mais difícil para o paciente ser curado. Ao evidenciar que a maior razão para a busca do álcool é a confiança de que a bebida pode auxiliá-lo na melhora dos sentimentos de culpa e de julgamento, vindo de ambos, da sociedade, em especial a família, e do próprio indivíduo.
O alcoolismo e a depressão é uma problemática crescente na sociedade brasileira!