Por: Lemos, Cardoso, Taylon e Macedo
O aumento do consumo de álcool durante o período de isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus é preocupante.
Ficar em casa, sem ter contato com pessoas, sem ir ao trabalho ou eventos, sem perspectiva de até quando a pandemia vai continuar, gera ansiedade, solidão e medo. O que tem levado as pessoas a recorrem ao álcool.
Renata Brasil Araújo, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD), destacou que o crescimento do consumo de álcool acontece em um momento de isolamento, quando o acesso ao tratamento de dependências químicas está mais difícil. Além disso, ressaltou que algumas pessoas que aumentaram o consumo da bebida durante a reclusão, podem manter esse hábito pós-quarentena e, a longo prazo, vir a se transformar em uma dependência. Ressalta também que a bebida parece trazer euforia, mas, depois diminui a ativação do freio do cérebro, chamado de lobo pré-frontal. As pessoas ficam sob um efeito de sedação momentânea, logo em seguida vem o efeito colateral, que é o aumento da impulsividade, o que pode ocasionar o aumento nos índices de violência, em especial a doméstica.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), em comunicado emitido em março desse ano, recomenda que os governos limitem a venda de bebidas alcoólicas durante a quarentena. “Em particular, o álcool compromete o sistema imunológico do corpo e aumenta o risco de resultados adversos à saúde”, mencionou a instituição. Contramão das recomendações, o que se vê, são as grandes marcas de cervejas patrocinando as “lives”, shows regrados a muita bebedeira, incitando assim, o consumo exagerado.
Logo, deve-se dar a devida importância para a questão do álcool durante o isolamento social, levando em consideração que, esse consumo excessivo pode ocasionar, futuramente, a uma dependência alcoólica, principalmente àqueles que têm maior vulnerabilidade ao alcoolismo.